existam muitas regiões cobertas de mata, a paisagem de campo é a mais extensa e a mais importante para a vida econômica da região. Devido às condições do clima e à qualidade das gramíneas, que dão origem às extensas pastagens naturais da Campanha, a atividade pastoril encontrou desde cedo condições favoráveis ao seu desenvolvimento.
A região da escarpa, conhecida, como já dissemos, pelos nomes de zona dos "aparados" ou da "encosta da serra", possui um clima mais úmido, solos mais férteis e uma cobertura de vegetação florestal. Devido a essas condições e, também, ao processo histórico da sua ocupação, constitui uma das mais importantes zonas agrícolas da região.
Condições humanas
Considerada em suas linhas gerais, a história da ocupação humana desta região apresenta duas fases distintas: a primeira, mais antiga, corresponde às penetrações bandeirantes e ao estabelecimento de Reduções jesuíticas. Foi através dessas Reduções que o gado penetrou nos campos do Sul, originando uma atividade pastoril já relativamente importante em fins do século XVII. A segunda fase é própriamente a fase de colonização e apresenta dois momentos: o primeiro é assinalado pela colonização açoriana na ilha de Santa Catarina e na região da atual Porto Alegre; o segundo é marcado pela colonização com elementos não lusitanos, iniciada a partir de meados do século XIX. Os colonos europeus - alemães, poloneses, russos e italianos - instalaram-se na região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina; na região da "encosta da serra", no Rio Grande do Sul; e na região do planalto, no Paraná.
A colonização europeia foi de caráter essencialmente agrícola e, por isso, circunscrita às regiões de mata. O processo de povoamento da região, portanto, acentuou mais os contrastes regionais, permitindo-nos distinguir duas regiões perfeitamente diferenciadas por suas condições naturais, humanas e econômicas: de um lado a região de colonização europeia, de economia agrícola e florestal e, de outro, a região de povoamento antigo, de população de ascendência ibérica, dedicada à atividade pastoril.
Equipamento econômico
A região do planalto apresenta problemas de equipamento econômico diferentes do da região da Campanha. No planalto, o problema principal é o da sua articulação econômica com o litoral. Essa região tem exercido através dos tempos uma simples função de zona de passagem entre o extremo sul e o sudeste. A captura econômica do planalto, portanto, constitui uma necessidade, particularmente para Santa Catarina. Atualmente, os governos deste estado e do Paraná, constroem estradas transversais, ligando-o à região litorânea. A solução do problema, porém, depende da existência de um porto bem equipado, capaz de capturar a vida econômica do planalto, integrando-o no organismo econômico das unidades políticas que o controlam.
O Rio Grande do Sul é mais favorecido, quer graças à localização das suas zonas portuárias em relação ao hinterland, quer devido às condições históricas de sua evolução política e econômica. Como as demais regiões do país, todavia, sofre os impactos que sobre seu desenvolvimento econômico provocam a escassez de capitais, a deficiência dos transportes e a carência de energia. Um grande esforço, porém, vem sendo realizado para atenuar as dificuldades enfrentadas pela economia gaúcha. A execução de um importante plano de eletrificação e de construção de estradas inclui-se como parte desse esforço.