a algumas jardas dos outros compartimentos. O aluguel era de 12 mil-réis ou cerca de 27 shillings por mês, sem nenhum outro pagamento a fazer. Aqui os proprietários pagam o dízimo à coletoria geral, mas o inquilino nada tem que ver com os impostos. Ao tomar criados, tive a sorte de encontrar um mulato forro, rapaz habilidoso e trabalhador, chamado José, que quis ficar a meu serviço. A gente de sua família cozinhava para nós, enquanto ele me ajudava nos trabalhos de coleta, e se mostrou utilíssimo nas diferentes excursões que mais tarde realizamos. Era quase impossível obter quaisquer empregados em Santarém; a gente livre era muito orgulhosa e não se alugava; os escravos eram muito poucos e indispensáveis aos seus senhores, para ser cedidos aos outros. Arranjados estes assuntos, posta a casa em ordem, mobiliada com uma mesa tosca e algumas cadeiras, conseguidas por compra ou por empréstimo, dentro de três ou quatro dias estava pronto para começar minhas explorações de História Natural pelos arredores.
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Achei Santarém lugar muito diverso dos outros povoados sobre o Amazonas. Em Cametá os mamelucos alegres, bem-humorados, formavam o grosso da população, e os imigrantes brancos, como no Rio Negro e no Alto Amazonas, pareciam ter confraternizado bem com os aborígenes. Nos arredores de Santarém os índios, ao que suponho, tinham sido originalmente hostis aos portugueses; como quer que seja, a mistura das duas raças não se processara aqui em grande escala. Não achei os habitantes daquele povo simples, afável e de falar rústico que encontrara em outras pequenas cidades do interior. Os brancos, portugueses e brasileiros, constituem aqui