O naturalista no Rio Amazonas - T2

e regalava as muitas pessoas aí alegremente reunidas, com uma variedade de danças. As pessoas principais, em cujas grandes salas de visitas tinham lugar estes festejos, pareciam apreciá-los muito. Faziam-se grandes preparativos e, depois das danças, hóspedes e mascarados recebiam bebidas e doces. Uma vez por ano é o turno dos índios, com suas mascaradas e danças indígenas, a que tive ocasião de assistir. Reuniam-se nos arrabaldes da cidade, vindos de vários pontos das circunvizinhanças, e à noite atravessavam as ruas, com archotes acesos, para o quarteirão habitado pelos brancos para executar suas danças de caça e do diabo em frente das casas dos principais habitantes. Havia cerca de cem homens, mulheres e crianças. Muitos dos homens traziam magníficas coroas de penas, túnicas e colares manufaturados pelos mundurucus, e usados por eles em ocasiões festivas, mas as mulheres estavam nuas até à cintura e os meninos completamente nus, todos pintados e untados de vermelho, com urucum. O chefe representava o papel de tuxaua, e carregava um cetro, decorado de pelas alaranjadas, verdes e vermelhas, de tucanos e papagaios. Vinha em seguida o pajé, fumando longo charuto de tauari(358), Nota do Tradutor instrumento com o qual ele faz suas maravilhosas curas. Outros soltavam notas estridentes, ásperas e desafinadas com o turé(359) Nota do Tradutor uma buzina feita de um bambu comprido e grosso, com uma

O naturalista no Rio Amazonas - T2 - Página 32 - Thumb Visualização
Formato
Texto
Marcadores da Obra