de vinte a oitenta toneladas de arqueação. Devem ser grandes os riscos e proveitos ou o capital escasso, pois o dinheiro é emprestado a dois e meio e três por cento. Mas isto é a regra no Pará. São numerosas as casas bem fornecidas de gêneros ingleses, franceses, alemães e norte-americanos, cujos preços no varejo são pouco superiores aos do Pará. Há muita competição entre os regatões e comerciantes, embora todos pareçam prosperar, a julgar pelas aparências. Mas diz-se que quase todos estão endividados até às orelhas com os negociantes portugueses do Pará, que são seus correspondentes.

Os habitantes pareciam apreciar muito as vantagens da educação para seus filhos. Além das escolas primárias costumeiras, uma para meninas e outra de meninos, havia uma terceira, de grau mais elevado, onde se ensinava francês e latim além de outras matérias, sendo os professores como os mestres-escolas, pagos pelo governo provincial. Servia como escola preparatória para o Liceu e para o Seminário episcopal, instituições bem dotadas do Pará, para as quais plantadores e negociantes ambicionam mandar os filhos a terminarem os estudos. Nas escolas primárias ensinavam-se apenas rudimentos de instrução, e era surpreendente a rapidez com que os garotos brancos ou de cor aprendiam a ler, escrever e contar. Mas a simplicidade da língua portuguesa, que se escreve como se pronuncia ou de acordo com regras invariáveis, e o uso do sistema decimal, tornam esta aquisição muito mais fácil do que entre nós. Os estudantes da escola mais adiantada têm que prestar exame antes de ser admitidos nos colégios do Pará, e os diretores me deram a honra de convidar-me uma vez para examinador. As provas dos jovens, em sua maioria de menos de quatorze anos, foram muito