fugiram, e enxames de índios pularam a paliçada e desceram em tropel pela rua principal. Mas logo veio a seu encontro força grande e bem armada, que tomou posição nas casas ou atrás dos muros e os selvagens foram mortos às centenas. Só quando as ruas ficaram atravancadas de cadáveres é que o resto voltou as costas e fugiu. Seu número foi calculado em dois mil homens. O resto da horda fugiu pelos campos para a aldeia de Altar-do-Chão, a umas vinte milhas de distância, de onde se espalharam pelas margens do Tapajós e deram grandes incômodos aos brasileiros ainda durante muitos anos. De Santarém partiam várias expedições para dominá-los, trabalho em que o Governo foi auxiliado pelos mundurucus do Alto Tapajós. Grande horda destes últimos, sob o comando de seu tuxaua Joaquim, fez guerra aos índios hostis nas partes baixas do Madeira e do Tapajós, até que estes foram exterminados.
A terra, em redor de Santarém, não é coberta de floresta densa e elevada como no resto da planície úmida, ribeirinha do Amazonas. É região de campo, zona levemente ondulada e elevada, com ilhotas de mata ou com árvores isoladas. Grande parte do país, nas margens do Tapajós, que corre da grande área de campo, do interior do Brasil, é deste aspecto. É por isso que considero a margem oriental do rio perto de sua foz, como continuação para o norte, da terra continental e não uma porção das planícies aluviais do Amazonas. O solo é de areia grosseira; o substrato, visível em alguns pontos, consiste de um conglomerado de arenito, provavelmente da mesma formação que forra a tabatinga em outras partes do vale do Amazonas. O solo é atapetado de capim fino, impróprio para pastagens, crescendo até à altura uniforme de cerca de um pé. As pequenas matas parecem tufos de árvores no meio dos gramados