O fardo do homem branco. Southey, historiador do Brasil. Com um estudo dos valores ideológicos do império do comércio livre

"Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra." (Sérgio Buarque de Hollanda, Raízes do Brasil, p. 3.)

"Les Européens seuls sont capables d'apprendre aux Indiens leur propre histoire, et de voir dans leurs traditions, dans leurs monuments, des idées et des faits qui ne sauraient être découverts et compris par les Indiens euxmêmes." Doctrine of S. Simon (Robert Southey, Common Place Book, vol. II, p. 118.)

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é analisar a obra de Robert Southey sobre o Brasil, integrando-a na época e no meio em que foi escrita. Tivemos a intenção de estudar o modo pelo qual os valores do conservadorismo inglês e do humanitarismo autoritário, que caracterizam a política colonial da Inglaterra, na primeira metade do século XIX, tornaram possível uma primeira sistematização das fontes sobre a história colonial brasileira e uma primeira interpretação peculiar das perspectivas que oferecia o Brasil para transformar-se em nação independente, na época da sua separação de Portugal.

A separação política não coincidiria com a consolidação da unidade nacional e na falta de uma consciência nacional bem definida não seria muito de esperar, naquela data, que partisse dos ilustrados brasileiros o primeiro ensaio de interpretação histórica, com uma visão orgânica e de conjunto sobre a evolução e as peculiaridades da colonização portuguesa. Em seu exílio na Inglaterra, onde absorveria as forças de maturação política do ambiente

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