sobre lucros, senão sobre a própria utilidade produzida; dedução do novo capital criado, portanto.
Publicações recentes mostram até que exagero foram aplicados tais tributos absurdos: a indústria da extração da mica morreu, por excesso de taxação do governo de Minas. Apressemo-nos em dizer que, mais bem informada, a administração seguinte revogou o despropósito cometido pela anterior.
Prevaleceram os mesmos hábitos quanto ao gênero de maior vulto nas exportações globais do Brasil, o café.
Por ocasião da crise de 1905-1906, ante a queda dos preços de uma colheita muito grande, as soluções adotadas não foram as econômicas: a regularização dos suprimentos, a warrantagem, as exonerações parciais concedidas pelo fisco, a revisão dos fretes. Recorreu-se ao peor dos expedientes, ao jogo, fazendo-se os poderes públicos banqueiros de um vasto corner. Não justifica tal desvio das funções próprias do Estado, o lucro com que se liquidou a operação. Potencialmente, na possibilidade de vantagens se inclue também a do fracasso. Neste caso, o Brasil em peso sofreria as consequências do erro inicial. A ser coroado de êxito, interessaria este apenas, não a produção cafeeira em si, mas aos produtores individuais, a especularem, sem o perceberem, com a discordância de ritmo entre o preço a melhorar e sua repercussão mais lenta nos salários.
Exemplos maus — A falsa noção de economia transformava a finança pública em mesa de jogo, com sério prejuízo para o ambiente da ação governativa, a dar exemplos do azar a presidir ao meneio da riqueza nacional. Nem insistamos sobre o contágio e sobre a deformação da mentalidade dos poderes públicos