Problemas de Governo

Nenhuma concorrência ilimitada se lhe pôde mover, pois não são numerosas as linhas de acesso a determinada zona, nem os capitais se acham ou se movimentam com tanta facilidade. Não parece justo que uma excepção de tal ordem e de tantas vantagens, tiradas da atividade coletiva, vá beneficiar a uma só, ou a um grupo limitado. Mais lógico e equitativo parece que, coletiva a origem e coletivo o fenômeno, à coletividade revertam, pelo menos em parte, os resultados colhidos.

Tal, um dos motivos pelos quais, vai para trinta anos, defendemos, acorde com grande número de economistas, a propriedade oficial das estradas, quer seja da União, quer dos Estados.

Outra razão está em que, pertencendo a uma pessoa de direito público, representando interesses da comunhão, os desvios costumeiros das condições técnicas praticadas na maioria das linhas concedidas, os próprios exageros pejorativos dessas condições com o fito de ter "linha" leve e, portanto, barata, deixem de ter significação, pois a produção que o Estado quer servir exige "tráfego" barato.

Na propriedade oficial das vias férreas, portanto, mais bem atendido vem o conceito organizador. Nesse sentido, aliás, cumpre dize-lo, parece orientar- se o desenvolvimento dos trilhos, o que já constitue progresso.

A execução. — Empecilho sério nasce das feições geográficas do país. Conciliar estas com os traçados que mais convém à organização econômica, é tarefa delicada.

Excluamos a bacia amazônica, onde por largo prazo os rios serão as vias de comunicação primaciais, e consideremos o resto do Brasil.

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