De Norte a Sul, a vertente direta do Atlântico termina no Espírito Santo, e ainda é discutível se, nesse trecho, os maiores correntes, o São Francisco, o Jequitinhonha e o Doce, com suas largas bacias interiores, podem ser aí classificados, ou antes devam figurar como tipos mistos. Surge uma nova vertente direta do Oceano no Rio Grande do Sul, com os afluentes da lagoa Mirim, a começar pelo Jacuí-Guaiba. Logo para Norte deste, começa a região de Cima da Serra; desta até o rio Doce, domina com grande superioridade a bacia interna do Prata. Crista separadora das águas, temos a serra do Mar, dobrada, na região de Minas, por sua paralela, a Mantiqueira.
Os vales, guias dos traçados, orientam-se grosseiramente pelos paralelos. Em sentido ortogonal, ou quase, só os thalwegs do Paraná e do Paraguai, e do alto São Francisco. Transversal intermédia, temos os dois trechos paralelos do Paraíba, ligados pela curva de Guararema.
Óbvio, pois, que as vias férreas na direção geral Leste-Oeste têm prolongamento natural nas que ligam um ao outro os dois oceanos que banham a Sul América. Destinam-se fatalmente tais traçados a estreitar relações continentais. Já é oportuno cogitar em tais ligações, não está longe o dia em que mais de um sistema ferroviário unirá Brasil, Paraguai, Bolívia, anastomosando-se à Estrada de Ferro Pan Americana e às redes do Pacífico.
Elementos de fraternidade internacional e de união de povos, antes separam do que cimentam os liames entre os Estados nossos, salvo São Paulo e Mato Grosso, e talvez Paraná.
Sem se desenhar com precisão tão nítida, já os homens da Regência haviam sentido a necessidade de um elo de Norte a Sul entre as várias zonas do país.