revolução nos valores econômicos a que só por alto nós podemos referir.
O influxo político das bancadas mais poderosas, e a proximidade de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro da sede do governo federal, conjugam-se para produzir um absurdo econômico: exigir uma prestação de serviços por preço inferior ao custo deles. É o caso da Central e de outras estradas oficiais: também o é da Leopoldina, a quem essa estranha visão governativa condenou a uma vida de miséria e de ruína. No primeiro, os deficits se colmam com o produto dos impostos pedidos a todo o Brasil, ao qual tais estradas não prestam serviços diretos. No segundo, além da imoralidade da exigência, impede-se a prosperidade das empresas, as quais em vez de aumentarem suas imobilizações e sua atividade em nossa terra, são justos agentes de propaganda contra nós, pela iniquidade com que são tratadas.
Estradas de rodagem. — Do motor de explosão e de seu emprego nos veículos, resultou a possibilidade de antecipar transportes mecânicos em regiões que ainda não comportam a via férrea. Alarga-se, em proporções não medidas nem previsíveis, o futuro da estrada de rodagem no seu dúplice aspecto de afluente de tráfego para as conduções sobre trilhos, e de elemento favorecedor do turismo, que tanto pode influir e certamente influirá para nosso desenvolvimento.
Esta necessidade já está sendo compreendida pelos governos e todos os Estados estão traçando a rede desses elementos de viação. Ainda não fazem estradas, como o futuro as verá realizadas, mas encetam as plataformas regulares em que elas serão construídas. Cumpre, desde já, entretanto, organizar essa expansão, e resolver o problema, não por si só, mas em conjunto com o das linhas férreas.