Problemas de Governo

As indústrias novas. — O mesmo ponto de vista, abrangendo a totalidade dos aspectos das questões, deve ser o que presida aos auxílios oficiais prestados à criação de indústrias novas. Raras vezes, porém, o tem sido.

Nesses ramos de atividade, valeu como incentivo poderoso a guerra de 1914-1918. Suspensas as importações estrangeiras, teve o Brasil de suprir-se no mercado norte-americano e nos recursos próprios. Ora o primeiro estava muito atrasado, relativamente às indústrias químicas, e tinha métodos comerciais aos quais éramos totalmente alheios. Nossa terra, por seu lado, teria meras possibilidades, faltando utilizá-las e carecendo pessoal técnico para as elaborações.

Uma das primeiras crises foi a da indústria tintorial. As anilinas, em geral, eram um dos monopólios químicos da Alemanha, e, até hoje, as tentativas feitas para o derruir, nos países mais ricos e mais adiantados, têm resultado em verdadeiros fracassos. Pois houve quem, apoiando-se em advogados administrativos, pedisse recursos ao governo para ampliar sua já existente e valiosa fábrica de tintas derivadas do alcatrão de hulha, afim de suprir às necessidades do país. Examinado o caso por gente capaz, se verificou que a fábrica era um barracão, e que as pouquíssimas substâncias corantes obtidas quase nada valiam, quer em quantidade, quer em qualidade. Não se fez a operação, mas, sempre aguçado o espírito de ganância, trataram os interessados de obter uma patente privilegiada, que, até data recente, pelo menos, muito perturbou as fábricas de tecidos, dificutando ou impedindo a importação de tintas estrangeiras, anilinas verdadeiras.

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