Com a soda cáustica, entretanto, não foi evitada a sangria dos cofres públicos. Necessidade imprescindível para uma série de produtos, os grandes fabricantes que nos abasteciam, a Inglaterra em primeira linha, suspenderam as remessas durante a guerra. Nos Estados Unidos, ainda não estava organizada a exportação para o Brasil. Surgiram gerais reclamações, justificadíssimas aliás, e quis o governo acudir-lhes com a implantação da nova indústria.
Passemos por cima de incidentes da concorrência havida, que não abonam este método de escolha de contratantes, para só encararmos a questão técnica.
O alvo principal dos proponentes, estava nos 1.400 ou 1.500 contos prometidos por empréstimo hipotecário pelo governo à primeira fábrica que se fundasse. A produção de soda era preocupação secundária. Lamentável foi o estudo técnico, por parte dos profissionais consultados pela autoridade federal.
Assentou-se na escolha do processo eletrolítico da água do mar. Nessas condições, cada parcela de produto obtido liberta simultâneamente cloro, gás tóxico que se não pode deixar desprender livremente na atmosféra, e exige, portanto, fixação. Uma tonelada de soda daria outro tanto de clorureto descorante, e ainda peso igual do ácido clorídrico.
O Brasil, consumindo cerca de 12.000 toneladas anuais de óxido de sódio, só pedia à importação menos de mil de clorureto de cal e menos de trezentos de ácido clorídrico. Haveria um superavit de subprodutos invendáveis: de 11.000 toneladas do primeiro, e de quase 12.000 de ácido. Vê-se, pois, a desproporção: no estado atual de nossas indústrias, não temos mercados para tais subproductos, o que condena a irremissível ruína a fábrica eletrolítica.