que existam no Brasil propriedades melhor administradas.
Depois da extinção da Companhia de Jesus, não se encontrou ninguém que fosse capaz, seja por preceitos, seja por exemplos, de propagar alguns ensinamentos entre os habitantes da província, quase abandonada, do Espírito Santo, e a terrível tirania dos governadores contribuiu ainda mais para a sua decadência.
À exceção da Justiça, os governadores do Espírito Santo, como os de outras capitanias (9) Nota do Autor, dirigiam todos os ramos da administração.
Obedecia-se-lhes com exatidão e pontualidade raramente verificadas no cumprimento das ordens do próprio soberano, e, por pouco que eles fossem apoiados por algum favorito, era-lhes fácil derrubar a fraca barreira que as leis opunham à sua autoridade.
Em princípios deste século, o matemático Antonio Pires da Silva Pontes Leme fora nomeado capitão-mor da província do Espírito Santo, por proteção de D. Rodrigo, Conde de Linhares. Era um homem instruído, porém bizarro, que abusou de sua autoridade e fez mal à província.
Contam-se deste magistrado extravagâncias que seriam incríveis se não fossem atestadas por pessoas dignas de fé. Tinha a mania de tirar os