senão com extrema lentidão. Com efeito, se, como tenho dito, esta província goza de grandes vantagens, ela se acha, também, sob múltiplas razões, submetida a influências as mais desagradáveis. É isolada, pobre, e nada, por assim dizer, nela atrai os estrangeiros. As duas raças que vivem confundidas na região, devem, reciprocamente, comunicar seus vícios. O calor do clima convida seus habitantes à indolência, e os alimentos pouco substanciais de que se nutrem, contribuem, ainda necessariamente para aumentar-lhes a apatia. Os ricos, nela, são os únicos que comem carne. Os outros vivem de farinha de mandioca, peixe fresco ou seco, mariscos, feijão que juntam ao peixe, sem mesmo incluir toucinho, de que não fazem uso, porque a preguiça os impede de criar porcos.
As águas ruins, que bebem, habitualmente, os colonos do Espírito Santo, podem concorrer para essa magreza, essa cor pálida, esse ar lânguido, que se observam na maioria deles, e privá-los da energia necessária à nossa espécie. De resto, se os habitantes do Espírito Santo não têm todas as qualidades que distinguem os mineiros, não são menos hospitaleiros; eles levam vantagem em atividade e indústria sobre os agricultores da província do Rio de Janeiro ou pelo menos sobre os de uma grande parte dessa província e nada têm da desdenhosa indiferença que esses demonstram, frequentemente.