Segunda viagem ao interior do Brasil: Espírito Santo

Na província do Espírito Santo as mulheres não se escondem, como acontece em Minas; recebem o estrangeiro, conversam com ele e concorrem em fazer-lhe as honras da casa. A tecelagem de algodão é a que elas são acostumadas; quase todas também fazem renda mais ou menos comum e têm o hábito de trabalhar acocoradas sobre pequenos estrados, de um pé, mais ou menos, acima do soalho; é, sem dúvida, pelo exemplo dos índios, que não escondiam as mulheres, que as da província do Espírito Santo devem a liberdade que desfrutam e esse resultado não é o único neste país, sobre os costumes dos portugueses em contato com os numerosos indígenas. A língua portuguesa tem sido alterada no Espírito Santo, por essas influências contínuas, e muitas palavras em uso, nesta região, não seriam, certamente, compreendidas às margens do Tejo ou do Minho, nem mesmo no Rio Grande do Sul ou Minas Gerais. Assim, os luso-brasileiros, da província do Espírito Santo, servem-se, para dizer uma plantação, da palavra indígena capixabi; da palavra Manibo por sobras da mandioca; de quibando (24) Nota do Autor por joeira; arupembua, uma peneira, etc. Eu tinha dificuldade de compreender os habitantes desta parte do Brasil, mais do que os de Minas Gerais achava que, em geral, falavam

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