A POLÍTICA GERAL DO ORÇAMENTO
Todo orçamento traduz uma política. No atual momento do Mundo, nossa rota deve estar definida na nossa atitude internacional e no preparo militar do país. A solução dessas premissas fixará as despesas e as receitas de 1919.
Minhas ideias sobre tais questões são sabidas. Deixo-as de lado, para discutir objetivamente.
Houve um período em que o Brasil pôde escolher o caminho a seguir, entre três que se lhe ofereciam: a neutralidade mais ou menos acentuada (apesar da contradição existente entre a ideia de neutralidade e a possibilidade de pender esta por um ou por outro grupo de contendores); o acordo com os Impérios Centrais; o acordo com as Potências da Entente.
Tentou-se a primeira fórmula. Embora qualificada modelar, numerosos indícios há de que foi pouco simpática ao grupo franco-inglês. A estranha démarche quanto à tentada retirada do ministro Delcoigne, acreditado pela Bélgica junto ao Governo brasileiro, tentativa que se diz ter sido feita pelo antecessor do Snr. Nilo Peçanha; os torpedeamentos de navios por submarinos alemães, sob as vistas de barcos brasileiros que, neutros também, nada sofreram entretanto; a tolerância para com paquetes alemães que, internados nos portos, deles saíam para operações de guerra (abastecimento às esquadras