Entente desejosa de isolar (encercler) a Monarquia dos Hohenzollern.
Por que motivo a guerra, portanto?
Nasceu da tendência imperialista alemã, ávida por conseguir seu ideal de domínio no mundo, realizando o que chama seu modelo cultural.
Duas filosofias aí se defrontam. Para as potências da Entente, imbuídas do ensinamento cristão, o homem é ente perfectível pelo próprio esforço, posto seu ideal nas alturas em que Cristo pregou o Sermão da Montanha. Na dura Prússia hegeliana, enrijecida pela Reforma, Lutero e os filósofos deram origem a se criar uma norma de ação que emana do Estado, abstração-diretora, e nele faz tudo convergir. Organização social, lineamentos políticos, atividade militar, trabalho comercial, tudo e tudo pauta sua vida por tais conceitos. Como consequência, o Estado torna-se a bitola do progresso, do bem, da moral. É bom, justo, moral o que serve ao engrandecimento do Estado, pouco importando os choques e as sentenças de morte daí decorrentes para as individualidades, e para os sentimentos de piedade, de altruísmo, de sacrifício ensinados pelos Grandes Arianos.
A este antagonismo de conceitos, chamam os Alemães, mofando, conflito entre a fase de organização e a de liberdade, entre os povos viris e os povos femininos. A quantos encaram o fenômeno com o espírito desprendido, afigura-se ele a luta entre a liberdade e a autoridade, entre o presente e o passado, entre a solidariedade humana e o despotismo, entre as franquias conquistadas pelo homem e o feudalismo, entre a doçura de Cristo e a ferrenha dureza de Lutero.
Tanto bastaria para que não pudesse permanecer neutro um espírito, ou uma Nação cuja razão de vida estivesse vinculada aos primeiros dos princípios enunciados