linhas acima. E esse foi o pronunciamento unânime de todos os homens de Estado, tanto nos países desde logo invadidos e envolvidos no turbilhão, como naqueles onde a reflexão sobre qual fosse o Dever levou à participação na tormenta. Essas foram as palavras do Presidente Wilson.
Ante os crimes do ataque à Sérvia, e da invasão na Bélgica, era incompreensível cruzar os braços. Não há neutralidade perante o crime: é-se juiz e repressor, ou cúmplice.
No Brasil, então, o caminho a seguir era claro: filho intelectual da França, politicamente moldado pelos Estados Unidos, com a disciplina moral católica, só lhe restava, instintamenle, mesmo, condenar os Impérios Centrais. E nesta rota, cumpre notar que o elemento popular precedeu, e de muito, ainda hoje, a ação diplomática do Governo.
Uma outra razão, porém, fortalecia a decisão brasileira: o perigo da ação alemã no Sul.
Quem está a par da literatura germânica sobre assuntos políticos e coloniais, e conhece as teorias correntes naquele país sobre "a projeção da nacionalidade além de suas fronteiras", não pode deixar de se sentir profundamente convicto da gravíssima emergência que seria para o Mundo a realização do Mittel-Europa.
Hoje em dia, não esconde mais o pangermanismo dominante ser este o seu intuito. Na efetivação deste programa acha-se incluída a América Meridional, do Paraná para o Sul, abrangendo ainda a Argentina, o Chile, e, talvez, parte do Peru austral. Para quem foi Governo no Brasil, neste período, é ponto de fé que só ficaram tranquilos os elementos germânicos e germanófilos do Sul porque palavra de ordem nesse sentido lhes foi transmitida, após a vitória do Marne. Cumpre nunca olvidar a visita do Príncipe Henrique da Prússia, pouco antes da