participação do Governo, ou desaparecerá se houver venda pura e simples do acervo a terceiros.
Nessas condições pode ser computada a receita da empresa de navegação. 1917 foi o ano de grandes despesas de reconstrução de navios, dos próprios alemães tomados pelo Governo. Ainda assim, o lucro resultante do balanço foi de mais de 10.000 contos. Não haverá exagero em computá-lo agora em 15.000 contos, pois o número de embarcações cresceu. Se, por outro lado, foi aqui incluído o preço do arrendamento dos navios cedidos à França, ou, se o arrendamento não for prorrogado, o produto da exploração direta do tráfego desses barcos, teremos um acréscimo de receita de 38.863 contos-ouro, que valem por quase 87.000 contos-papel.
Destarte, conseguiriamos um aumento de 116.000 contos-papel, distribuídos pela forma seguinte:
Consumo - 20.000 contos
Selo - 8.000 contos
Indústrias e profissões - 1.000 contos
Lloyd Brasileiro - 87.000 contos
Total - 116.000 contos
o bastante para cobrir o deficit, se não surgirem os imprevistos decorrentes da guerra, dos gastos que temos de enfrentar, e da recusa em seguir a política do apelo ao crédito a ser compensado pela indenização de guerra, a cargo das Potências Centrais.
É, pois, dever nosso ir buscar outra fonte tributária. E é justo, moral e tópico pedir recursos exatamente àqueles que a guerra enriquece.
Nenhuma monstruosidade se pode imaginar maior do que essa de se transformarem em lucros, em ouro, para meia dúzia de aproveitadores sem escrúpulos, o sangue, o sacrifício, o lucro, o sofrimento dispendidos