Tenhamos sempre em mente que, em política internacional, o valor das nações não reside tanto na missão que hajam de cumprir ou no ideal que propugnam, como na capacidade moral e material que possuam para realizar sua missão ou corporificar seu ideal. Ninguém respeita nem procura a aliança dos fracos. Para defender um conceito superior da Vida e da Civilização, para atingir níveis mais altos de Cultura e de Bondade, cumpre ser forte. A força consciente e generosa é um polo de atração.

***

Igual dever dita o estudo de nossa política interna.

Entre os grandes e inolvidáveis serviços prestados ao Brasil pelo Império, do qual tanto nos devemos ufanar, a todos sobreleva o ter realizado e mantido a Unidade Nacional. Sem faltar ao respeito e à gratidão devidos à memória do magnânimo Snr. D. Pedro II, cujos exemplos e esforços por nossa Pátria merecem devoção cultual, é lícito dizer que desconheceu a função das forças armadas no organismo político da Nação, a missão que lhes era peculiarmente devolvida no nosso meio inculto e com tendências dispersivas, como aparelho de educação cívica, de combate a apetites de mero gozo e instrumento de união territorial.

Filósofo e idealista convicto, cedeu, por demais, às generosas utopias do triunfo crescente do bem sobre o interesse, do direito sobre a força. Talvez esplendente realização de amanhã, mas, hoje, mero alvo de esforços na fímbria do horizonte, no conflito candente das mais desencontradas paixões de mando, de riqueza, de egoísmo, e de aspirações subalternas. Após a guerra do Paraguai, onde, apesar de todos os erros, numerosos aliás, devidos ao despreparo do Exército, este