Problemas de Administração

americana, forçado pela educação e pela angústia de sua asfixia entre os Andes e o Pacífico, a Bolívia e o Sul do Peru são, no entender de seu vizinho austral, terra partilhável, e valem por uma Polônia americana.

E não haja dúvida que a Alemanha, já simpática ao Chile na guerra de 1879-1882, hoje afaga e impulsiona a resistência chilena ao plebiscito previsto no tratado de Ancón e, mais do que isso, mercê da adesão bolívio-peruana à simpatia ententista, não estaria longe de preconizar e de pavonear uma conquista territorial.

Diante do Monroísmo, conservador da situação presente, respeitador do direito das nacionalidades, se ergueria um Anexionismo representado pelos apetites chilenos e, talvez, pelas aspirações argentinas a reconstituir o Vice-Reinado do Prata (vide o Zollverein último com o Paraguai, e a lenta, persistente, irresistível infiltração argentina nesse país) até que o Pangermanismo, porventura vitorioso, realizasse seu plano da Alemanha antártica, abrangendo o Sul do Brasil, a Argentina, o Chile, o Uruguai, o Sul da Bolívia e do Peru.

Acredito firmemente na possibilidade de modificar-se esta situação, especialmente com a Argentina, cuja órbita normal de gravitação é latina e não germânica. Para tal, basta reencetar e continuar a norma de simpatia e de generosa colaboração e confiança instituída pelo Barão de Rio Branco, em Buenos Aires e alhures, em toda a América, política sábia, previdente, acorde com a nobre tradição brasileira desde o Império, e da qual em má hora nos afastamos.

Em previsão de tudo, porém, do inesperado, que é o mais certo em política, estejamos preparados, e em vez de enfraquecermos, fortaleçamos o preparo militar do país, no qual as improvisações são impossíveis ou desastrosas.

Problemas de Administração - Página 30 - Thumb Visualização
Formato
Texto