Prevejo que se possam arguir duas principais objeções à divisão etnológica do Brasil, que adotei e expus nesta conferência. Primeiro, que mesmo nas zonas descritas não existe uniformidade étnica; segundo, que seja esse apenas o aspecto actual, e todo de ocasião, do país, sem probabilidades de uma confirmação futura.
Não posso, nem me proponho a contestar em absoluto uma e outra objeção, pois que elas em nada prejudicam as conclusões que pretendo tirar da divisão exposta.
Todavia, em relação à primeira, farei notar que devia ser assim mesmo, pois o que eu pretendo é que nas suas linhas gerais, nos seus grandes traços, essas divisões regionais, como composição étnica, opõem-se umas às outras e parecem dispor de elementos que no futuro mais afirmem e acentuem a sua distinção. Daí não se deveria concluir que não possa existir, aqui na Bahia por exemplo, uma vila, Olivença, que, pelo predomínio da população indígena, poderia bem figurar ao lado de qualquer vila paraense.