Zoogeografia do Brasil

considerar na formação das áreas naturais a distribuição dos animais inferiores.

Em 1803 Treviranus (de Göttingen) dedica um longo capítulo de sua grande Biologia ao estudo filosófico e coerente da distribuição de todo o reino animal.

Notabilíssimo progresso trouxeram os estudos de Tiedeman, cuja Anatomia e História Natural das Aves (1810) trata de algumas das causas fundamentais da distribuição das faunas, como, por exemplo, a influência do meio, distribuição e migração sobre a estrutura das aves. Nenhum dos escritores mais recentes parece ter conhecido o modo engenhoso com que Tiedeman aproveitou suas estatísticas para chegar a conclusões gerais.

Latreille considerara a temperatura como o fator principal de distribuição biológica, o que foi combatido por Desmoulins (de Bordeus) que em memória muito sugestiva introduziu a ideia dos centros análogos de criação, querendo sugerir desse modo que grupos semelhantes de seres podem ter surgido independentemente em várias partes do mundo.

A obra mais antiga, tratando da geografia e classificação de todo o reino animal, é a escrita por W. Swainson em 1835, infelizmente muito sacrificada pelo misticismo do sistema quinário do autor.

Nas obras de Lyell vamos encontrar um ensaio sobre a distribuição dos animais no tempo e no espaço, em conexão com as modificações que se passaram na superfície da Terra, mas, restringindo-se a alterações relativamente desprezíveis (porquanto acreditava Lyell na permanência dos grandes oceanos), poucos foram os progressos por de trazidos à zoogeografia, em frisante contraste com seu alto valor de consumado geólogo.

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