compreendendo as duas Américas, era um erro fundamental.
Apressa-se Gunther (1858) em demonstrar que a distribuição dos répteis bem se enquadrava nas seis regiões de Sclater. Huxley (1868), porém, baseando-se principalmente sobre a distribuição dos galiformes, em vez das duas zonas longitudinais, acima referidas, considera duas transversais: a Arctogéa, compreendendo a América do Norte, Ásia, Europa e África, e a Notogéa, que divide em Nova Zelândia, Australásia e Austro-Colúmbia (substituição infeliz à denominação neotrópica de Sclater). Acrescenta que se poderiam admitir mais duas regiões circumpolares, ideia mais tarde aproveitada e defendida por Trouessart.
Aparecia nesse ínterim (1859) o livro revolucionário de Darwin Origem das Espécies, que vinha dar grande impulso ao estudo da distribuição geográfica dos animais, e novas técnicas eram empregadas, especialmente a confecção de mapas das regiões ou outras divisões zoogeográficas.
É verdade que sete anos antes de Darwin fora publicado o primeiro atlas zoogeográfico, por Berghaus, o qual foi muito ampliado em sua terceira edição (1887) por Marshall, no seu Atlas da distribuição dos animais.
Haeckel, o primeiro apóstolo do darwinismo na Alemanha, dá-nos em sua Morfologia geral (1866) os termos ecologia (a relação dos organismos com o meio) e corologia (sua distribuição no espaço), e o capítulo XIV de sua História da Criação é todo dedicado à distribuição dos organismos, com a asserção enfática de que "antes de Darwin não se pode falar de corologia como uma ciência separada, pois só de forneceu as bases para a elucidação dos fatos até então acumulados".