É de justiça salientar que o primeiro a apresentar o ponto de vista hoje mais aceito da distribuição das faunas foi Pucheran, que já em 1865 insistia sobre a unidade essencial das faunas de Europa, Ásia e África e sobre a necessidade de separar a América do Sul e a Austrália do resto do Mundo. Mostra de que o Saara, primitivamente uma bacia marinha, fora povoado por imigrantes das regiões vizinhas e que estes se tinham tornado novos animais por adaptação ao novo ambiente; a concordância de colaboração entre o deserto e sua fauna é "une harmonie post établie". Eles não sobrevivem porque são da cor do deserto mas a adquirem porque se acham no deserto. E conclui: "À medida que as várias partes do mundo sucessivamente se formaram e se tornaram habitáveis, suas faunas se espalharam por irradiação, cada qual de um centro próprio, modificando-se de acordo com as condições físicas locais".
Um ano mais tarde (1866) vem a lume a importante obra de Andrew Murray, a Distribuição Geográfica dos Mamíferos, com 102 mapas coloridos, na qual admite apenas quatro grandes regiões, rejeitando a hipótese de mudanças capitais na configuração dos continentes e oceanos, por isso que a teoria da descendência, então intangível dogma, exigia essa imutabilidade com seu postulado necessário das grandes migrações.
No mesmo ano Maurício Wagner mostrou que a migração implica não somente em novas condições mesológicas, mas assegura igualmente uma separação do conjunto original, eliminando ou diminuindo os perigos reacionários de um cruzamento promíscuo. Tal ideia, já enunciada antes de Wagner, foi depois grandemente discutida, considerando muitos autores a separação geográfica como um dos mais importantes fatores na formação de novas espécies; e o critério