na música; o negro Henrique Dias, o caboclo Felippe Camarão, Caxias e Osorio, na guerra; José Bonifacio e Diogo Antonio Feijó, na política; Ruy Barbosa, a maior mentalidade contemporânea da raça latina em todas as cogitações do espírito, mostram bem até onde o esforço libertado da preocupação das grandezas alheias pode elevar o povo brasileiro, impondo-o ao respeito dos que nos julgam pelo prisma dos preconceitos falsos de ancestralidades inferiores.
O brasileiro, isoladamente, eleva-se assimilando a mais requintada civilização moderna: coletivamente perde, por vício de educação, a liberdade de ação, constrangendo voluntariamente a expansão natural do seu caráter e da sua índole, institui-se num viver artificial, na obcecação de que o resto do mundo não lhe tira os olhos de cima pronto a surpreender-lhe as barbaridades, com os ouvidos ainda e sempre azonados pela afirmativa trissecular do colonizador espertalhão e velhaco, de que "tudo que é nacional não presta".
Na ânsia de atingirmos de um jato o grau de civilização do europeu, cometemos o erro de procurar nos adaptarmos, sem restrições nem reservas, à maneira de ser dos povos tipicamente formados através de centenas de gerações que se sucederam sob influências climatéricas uniformes,