Nascido da aproximação animal, o indivíduo passa a receber, com o ar que respira e a alimentação que absorve, os elementos de desenvolução, dezenas de quilos, das matérias de que se compõe, adquiridas pela conjunção dos seres que lhe deram a vida. O ambiente em que se desenvolveu, a terra que lhe forneceu o material para o seu crescimento é, irretorquivelmente, um dos componentes do seu "eu" material e tem direito indiscutível e indestrutível a sentimentos mais profundos, mais arraigados, mais respeitáveis que a afeição e o amor gerados através dos sentidos apenas.
Não sentir, desconhecer tais sentimentos, é monstruosidade somente comparável ao repúdio da própria filiação consanguínea.
Assim, do caldeamento dessa aparente Colluvies Gentium que é a atual população de São Paulo, composta de nacionais, filhos de brancos, de pretos e de caboclos, e de italianos, portugueses, belgas, germanos, espanhóis, etc., permanecerão a índole, a energia, o caráter primitivos do primitivo paulista, permanecerá o paulista típico que se adaptará, que já se adaptou ao bandeirismo pacífico e sedentário da formação das grandes indústrias, do comércio, da lavoura, das belas artes e que se conservará tão paulista, tão enérgico e tão empreendedor, quanto o foram os bandeirantes dos descobrimentos de ouro e conquistas de territórios, oriundos do tupi-guarani.