A divergência notada não é senão a resultante natural do método adotado pelo autor, essencialmente diverso dos até então empregados pela maioria dos tupinistas modernos: e, justamente porque os resultados das suas pesquisas se apresentam contrariando, não raras vezes, o que por aí corre impresso, é que o autor resolveu lançá-los a público, como contribuição que lhe parece ser capaz de encurtar, em boa parte, a distância a vencer na estrada escabrosa da solução do problema: fosse o seu estudo a confirmação, sem discrepâncias, de trabalhos de outrem, e o autor, que é autor e jamais compilador, não o teria elaborado e muito menos entregue à publicidade.
O autor, remontando-se o quanto possível através de um critério todo seu, e da documentação registada nos mais antigos monumentos falados da nossa história de povo em formação, à época do descobrimento, chegou à convicção de que, na era de 1500, todo o litoral brasileiro e as margens todas dos grandes rios — nascedouros do mar — segundo a judiciosa observação do aborígene, estavam habitados pelos povos tupi-guaranis, não lhe parecendo, portanto, procedente a afirmativa de que a língua tupi, guarani, abanheenga, nheengatú, ou como lhe queiram chamar, fosse ensinada aos milhões de aborígenes, pela meia-dúzia de europeus que nos primeiros tempos da colônia aqui se fixaram: que o nheengatú hoje