trabalhado em estudos de gabinete difere essencialmente do nheengatú de 1500, pelo que, para obter-se algum conhecimento da linguagem pura do aborígene brasileiro, devemos restringir-nos ao estudo das denominações pré-históricas, das quais nos fornecem notícias as primeiras crônicas, e aos mais antigos tratados de linguística tupi-guarani, de preferência os anchietanos e os de padre Montoya, embora, em parte, fosse este um mero compilador do taumaturgo do Brasil.
Também não perdeu tempo o autor em perscrutar aproximações ou afinidades, entre o linguajar nheengatú e os velhos idiomas da humanidade, sânscrito, hebráico, grego, basco ou bretão, germano ou chinês: para o autor, o idioma nheengatú ou abanheenga, língua boa, língua de gente, é linguajar puro, surgido com o aparecimento do aborígene brasílico sobre a terra e por ele consumido, independente de qualquer influência ou contribuição estranha.
Daí as frequentes divergências, especialmente nas traduções de frases e palavras vernaculizadas, entre a matéria consignada nas páginas deste trabalho e as afirmativas que aparecem na generalidade dos estudos, do mesmo gênero. O autor considera o nheengatú, por ser língua pura, originária de uma só fonte, sem mescla de qualquer outro idioma, e, sobretudo, pela formidável