Vocabulário Nheengatu

Outros traduzem Anhanguera por "diabo velho", erroneamente, porque nem Anhanga significa diabo e nem guera corresponde à ideia velho que, em tupi-guarani, é expressa pelo vocábulo tuiué: "macaca tuiué inté o mundéo e pô cuimbisca opé", (Macaco velho não mete mão em combuca), esclarece o ditado nheengatú.

E nem se diga que a contração da frase - Abá anhã anga cuera - em Anhanguera seja regra artificiosa de reconstituição de gabinete do idioma nheengatú: é a lei natural e, como tal, lógica e geral a que tem obedecido todo o linguajar de aglutinação até agora criado pela humanidade, e outro não foi o método de construção do nosso vernáculo através de suas línguas matrizes. Desaglutine-se o vocábulo cadáver (ca-dá-ver) e teremos a frase, - carne dada aos vermes - em contraprova e plena corroboração do nosso asserto. E, assim, em todos os idiomas do ocidente.

Em francês não foi outro o processo de sua formação: o termo - Aguilanneuf - é simplesmente aglutinação da frase - au gui l'an neuf - que se traduz "a erva de passarinho, ano novo".

A denominação Anhanguera lembra a figura legendária e épica de Bartholomeu Bueno da Silva que, aos 12 anos de idade, já se enrijava na vida sertaneja, perlustrando os sertões dos Martírios e do

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