Vocabulário Nheengatu

a correnteza deste era, na mesma proporção, incomparavelmente superior à dos rios Tietê e Tamanduateí.

Dos rios paulistanos, justamente o Anhangabaú era o único do qual se não podia dizer, de "quase nenhuma correnteza".

De quase nenhuma correnteza eram, verdadeiramente e por infelicidade máxima do paulistano, os rios Tamanduateí e Tietê, zigue-zagueantes em fraquíssima declividade e, durante grande parte do ano, espraiados pelas extensas várzeas do município da Capital, saturando de humidade a já húmida atmosfera nas enchentes, e corrompendo o ar com os miasmas das águas estagnadas e pútridas na vazante.

Discordamos de João Mendes em sua engenhosa, mas complicada definição sem, contudo, aceitarmos a de Martius quando traduz em diabo o vocábulo anhanga, correspondente, com rigor, à acepção do vernáculo - veado -; daí, nossa definição: - Anhangabaú, água da árvore do veado, de anhanga, veado, iba, árvore e y, água.

O ribeirão Anhangabaú nasce junto à rua do Paraíso, entre as ruas Vergueiro e Maestro Cardim, na altitude de 800 metros acima do nível do mar. Desenvolve-se em direção geral de sul a norte, paralelamente às ruas Vergueiro e Liberdade, cortando as ruas João Julião, Pedroso, Humaitá, Condessa

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