na cidade de São Paulo, os quais são o do Moringuinho e do Tanque-Reúno".
Há equívoco na afirmativa do ilustre cronista: o córrego do Tanque-Reúno, que tem suas cabeceiras nas encostas setentrionais da atual avenida Paulista, de onde desciam para formarem o desaparecido tanque Reúno junto à rua Martinho Prado, é o mesmo córrego Saracura de todos os tempos, ao passo que o Moringuinho, muito menos de córrego, não passou nunca de um tênue fio de água, emanado de pequena nascente cuja existência ainda hoje é assinalada na rua Jaceguai.
O rio Anhangabaú teve, em todos os tempos, tal denominação desde sua nascente mais longínqua e mais volumosa, a da Liberdade por nós descrita, até sua foz no Tamanduateí. Já em 1640 aparece, em documentos oficiais, a denominação - Anhangabaú - aplicada ao curso do rio, muito acima da afluência do Saracura. Preste-se atenção ao texto da carta de data passada a 29 de março daquele ano a favor do padre Alvaro Neto e de Custodio Nunes: "...que eles suplicantes não têm chãos nesta vila em que possam fazer suas casas e ora estavam no arrabalde e rocio dela uns pedaços de chãos devolutos sobre o rio Anhangoubahy entre os dois caminhos que saem desta vila para Santo Amaro, ficando o que está pela parte de baixo por onde ora a gente mais concorre"...