Amazônia - a terra e o homem

de aplicação, que não se limita assim ao extremo sul, como de fato já se dá, mas se estende também às condições aparentemente tão diversas do extremo norte.

Outros muitos seriam os pontos de detalhe a resultar neste trabalho magistral sobre a Amazônia, como o estudo sobre a "cabanagem" ou sobre o "cangaceirismo" cearense, a reabilitação do "caboclo amazônico" ou toda a vasta riqueza de informações sobre a natureza e o homem do extremo norte. Não quero, porém, prolongar um prefácio que já se estendeu por mais espaço do que devia, nem retardar a satisfação da curiosidade justa do leitor.

Desejo apenas, terminando, acentuar de novo a originalidade, em nosso meio, de uma posição sociológica rigorosamente positiva, de um homem dedicado sempre às ciências naturais, e que entretanto soube reagir contra os preconceitos do naturalismo geográfico e sustentar sempre, com razões o com fatos, a primazia dos fatores psicológicos e morais na formação histórico-social da região mais curiosa e mais misteriosa do Brasil. O que o Sr. Araujo Lima fez, magnificamente, com a Amazônia, outros o farão com outras regiões da nacionalidade. E assim teremos dado um grande passo para repor os estudos sociais brasileiros na verdadeira hierarquia científica dos valores.



Janeiro de 1932.

Tristão de Athayde.

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