Era a explosão de um mal contido sentimento de nacionalismo, que a caracterização cada vez mais crescente do mameluco ia acentuando; era a tendência preponderante ao antagonismo das raças, ao se defrontarem os filhos do Reino e os indígenas.
Esse antagonismo, incontido e agressivo, os críticos da história do Brasil atribuem acertadamente às divergências entre povos que derivam uns dos outros, máxime quando a nova nacionalidade se vai diferenciando pela fusão étnica, caldeada com um novo e afastado elemento racial.
A arrogância, a prepotência, o despotismo dos militares portugueses, com a mentalidade fora da constituição, ainda mais exacerbavam essas irritações nativistas.
Teve então o absolutismo o seu instante climatérico, do qual por fim emerge o Reino pela "revolução constitucional".
Da irrupção no Pará, antes que em qualquer outra parte do Brasil, do sentimento reacional contra o despotismo monárquico, depreende-se que o ambiente social amazônico já então se inculcava como clima apropriado ao triunfo das aspirações libertárias.