Este curso foi publicado por partes no Suplemento Ilustrado do "Correio da Manhã", a partir de 15 de janeiro de 1933, com ilustrações de Magalhães Corrêa e é agora em livro, com algumas notas suplementares, explicativas.
PROTEÇÃO À NATUREZA
Subordinei minhas lições, tanto quanto possível no momento, ao programa da cadeira especial de Proteção à Natureza na Universidade de Praga, cadeira especial que as Universidades brasileiras ainda não contam entre suas disciplinas, mas terão, mais dia menos dia, pois a proteção à natureza, à luz da geografia humana, é no mínimo uma verdadeira profilaxia da inanição e de moléstias de carência no Habitat Rural, como focalizada no Congresso de Paris 1923, profilaxia tão importante quanto à de infecções e infestações, como tive ocasião de salientar, na Associação Brasileira de Educação, tratando de Warming (Jornal do Comércio, 14 de julho de 1932, p. 4).
É claro que se ensinarmos a amar e proteger no mínimo as plantas indígenas alimentares, frutíferas, tuberosas, etc., campestres e florestais e se, por igual, protegermos caça e pesca no habitat rural contribuiremos para a fartura alimentar das populações agrárias que vivem em estado de subnutrição e assim, para a robustez de nossa gente; é preciso não esquecer que o sertanejo é o cerne da nossa raça, disse Manoel Bomfim em seu livro "O Brasil na História", reforçando o que a respeito José Bonifácio já tinha dito há cem anos mas está abandonado à triste sorte da sua indigência, segundo Roquette Pinto, no primeiro Congresso de Eugenia (Rio de Janeiro, 1929).