Fitogeografia do Brasil

como meio caminho para grandes obras coletivas que, de futuro, precisamos realizar em Botânica, no Brasil.

Lembro que a Flora Brasiliensis de Martius foi elaborada por 65 botânicos, em 66 anos; o livro de Warming — Lagoa Santa, como declara seu autor, teve a colaboração de 50 especialistas e não obstante constar de um só volume, levou mais de 20 anos à espera da colaboração parcelada, para ser por fim publicado.

É assim difícil a elaboração de grandes trabalhos; quem trabalha só, apenas pode fazer pouco, nem por isso, porém, dispensável.

Vejamos, em resumo, o desenvolvimento da Botânica no Brasil;

Arthur Neiva, em seu \"Esboço Histórico sobre a Botânica e a Zoologia no Brasil\" (\"Estado de São Paulo\", 7 de Set. 1922, e depois em folheto), conta-nos que estas duas ciências nasceram para o nosso país, no domínio holandês, com Marcgrav e Piso, que em 1648 publicaram sua \"Historia Naturalis Brasiliae\", tendo sido Piso o primeiro médico que tratou da opilação e Marcgrav o primeiro a indicar as virtudes da ipeca.

O Brasil era, antes, falado já, pelas suas riquezas naturais, através de várias crônicas; assim, em 1554, Thevet, com o seu livro \"Singularités dr la France Antarctique\"; em 1578, João de Lery, com sua \"Histoire d\'un vovage en la Terre du Brésil\" e Abbeville, com sua \"HistoiRe de la Mission des PP. Capucines en i\'lle de Maragnon (1614), tinham chamado a atenção do mundo para o nosso país que, no fim do século XVII e começo do século XVIII, foi visitado por várias expedições, de Cook, Dumond D\'Urville, Freycinet, Bougainville e outros, as quais levaram à Europa a noção de ser o nosso país verdadeiro \"paraíso dos naturalistas\".

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