Em 1761 surgiu para a ciência nosso primeiro naturalista, Frei Conceição Vellozo, nascido em 1742 no rio das Mortes e que em 1790 terminou sua "Flora Fluminensis", em 11 volumes de estampas, só muito mais tarde publicada: o texto foi impresso, em separado das estampas, nos Arquivos do Museu Nacional, por Ladislau Netto, um século depois.
O segundo botânico brasileiro foi Joaquim Vellozo de Miranda, colaborador de Vandelli, em 1771, em Coimbra.
Seguiu-se-lhes Manuel Arruda Camara que, em 1799, publicava sua "Memória sobre a cultura dos Algodoeiros"; em 1810 a "Memória sobre o Algodão de Pernambuco", a "Dissertação sobre as Plantas do Brasil que podem dar linhos" e o "Discurso sobre a Utilidade da Instituição de jardins nas principais províncias do Brasil", tendo deixado inédita (cruel destino das grandes obras dos nossos primeiros botânicos) suas "Centuriae Plantarum Pernambucensium, quas Martinus Ribeiro delineaverat"
Citado, desde 1837, por Martius, em sua Flora Ratisbona, teve Arruda Camara suas "Centuriae" apreciadas por J. Britten em 1896, no "Journal of Botany", figurando antes na obra de Pereira da Silva: — "Os Varões Ilustres, do Brasil", em 1858.
Segue-se, de 1783 a 1792, Alexandre Rodrigues Ferreira, discípulo de Vandelli e que, indicado por este ao governo português, percorreu o Amazonas e parte de Mato Grosso, realizando viagem científica memorável, a um tempo mineralógica, botânica, zoológica e etnográfica; seus estudos ficaram, porém, inéditos sob o título de "Viagem Filosófica", de que os originais estão em parte na Biblioteca Nacional.