22.767 espécies, das quais 5.689 novas, 19.619 brasileiras e 3.168 dos países limítrofes; destas espécies, 6.246 são figuradas nas 3.811 estampas da obra.
A Flora Brasiliensis de Martius é uma grande obra coletiva; foi elaborada em 66 anos, por 65 botânicos, sob a direção sucessiva de Martius, Endlicher, Eichler e Urban, sob o patrocínio de três monarcas, o Imperador do Brasil, o Rei da Baviera e o Imperador da Áustria; custou ao governo brasileiro a subvenção de 660 contos de réis, à razão de dez contos anuais.
Sua primeira monografia data de 1840; o último fascículo surgiu em 1906.
A partir de cada monografia, desde 1840, numerosas espécies novas e mesmo gêneros novos foram descobertos e descritos; as descrições estão esparsas em um grande número de publicações posteriores; seria conveniente publicar uma adenda à Flora de Martius, se não estivesse hoje em revisão toda a sistemática, na grande obra de Engler — Das Pflanzenreich ou Conspectus Regni Vegetabilis — que, não só vem reunindo, em fascículos, tudo quanto se conhece hoje sobre cada flora, como modifica a nomenclatura e a taxinomia, de acordo com a ciência moderna.
A ecologia vegetal do Brasil tem-se desenvolvido menos que a florística, o que é natural, pois esta pode ser feita por herborizadores itinerantes, como os designou Augusto Saint-Hilaire, isto é, herborizadores que colhem plantas ou exemplares de herbário, em trânsito por uma dada região, enquanto que a ecologia exige estágio de vários anos em uma dada localidade; um exemplo temos na flora da Lagoa Santa, de Warming que durante cerca de três anos estudou a região, distribuindo por outro lado o seu material botânico a cerca de 50 taxinomistas, para que, livre dos trabalhos de identificação que não podia