Fitogeografia do Brasil

restrita ao Brasil central, pois há campos desde o norte da Amazônia até o Arroio Chuí.

À primeira vista pareceria que esta zona dos campos é nitidamente separada das demais zonas; não há tal; ela ocupa grandes áreas próprias no Planalto Central do Brasil (Oreades de Martius) e apresenta-se, como transgressões ou ocorrências, em todas as outras zonas.

Se a paleontologia admitisse precedência de monocótilas sobre dicótilas, isto é, que as gramíneas tivessem sido anteriores às dicótilas que constituem em maioria as florestas, poderíamos formular um modo prático de explicar os nossos diversos tipos florísticos, dizendo que primeiro o nosso território se cobriu de campos e depois, aqui e ali, a vegetação campestre foi interrompida e substituída por florestas comuns, capões de mato, caatingas, etc.

Não se pode, porém, formular esta hipótese, pois o que se sabe sobre a idade da flora atual, atribuída ao neofítico, não chega a dizer se primeiro surgiram os campos ou as florestas, isto é, a relva ou a mata.

A propósito, J. N. Bews em seu Studies on the Ecological Evolutios of the Angiospermes (The New Phytologist XXVI, 1927), diz que, apesar das numerosas descobertas recentes, de Angiospermas fósseis, a Paleontologia ainda não obteve bastante luz sobre a origem destas plantas, dominantes na flora atual e que, como se sabe, se dividem em monocótilas e dicótilas; a era terciária é tida como a de início das angiospermas em geral.

Massart, em sua Biologie Générale (Vol. II, p. 358) diz que, no Cretáceo, o clima ainda era bastante quente para que as palmáceas e as lauráceas habitassem a Europa média; e no Cretáceo cita as primeiras angiospermas; entre as dicótilas: espécies de Fagus, Quercus e Plátanos; entre as monocótilas: Pandanaceas e Principales.

Fitogeografia do Brasil - Página 46 - Thumb Visualização
Formato
Texto