Assim a vegetação florestal parece mais antiga; Lindman considera os campos do Rio Grande do Sul mais recentes que as matas da região; e como a flora é o espelho do clima, segundo Emberger, é natural que a Paleobotânica espere, para maiores progressos neste terreno, o desenvolvimento dos estudos sobre variações climáticas, por parte da União Geográfica Internacional; por enquanto não se pode elucidar esta questão e tanto mais quanto, em relação à flora hyleana, a noção corrente é que a Amazônia é região recente (Bouillenne, em Massart Mus. Biol. Belga, vol. II, 1930, p. 160).
No caso, e no momento, o incontestável é que os campos formam o fundo cartográfico de nossa flora; interrompendo os campos aqui e ali, e em grandes extensões, temos a flora amazônica, os cocais, as caatingas, as florestas do litoral, as matas de araucária (pinhais ou pinheirais) e a vegetação marítima, tudo na dependência do clima, em especial das chuvas, mas também do solo.
As chuvas e a evaporação, além do calor que é mais geral, são os fatores mais importantes; no Baixo Amazonas, por exemplo, a vegetação) é menos exuberante do que no estuário do rio e no Alto Amazonas, porque no Baixo Amazonas chove menos; a insolação anual é maior, há maior soma anual de temperatura e radiação, o que não é sempre favorável às plantas, pois, segundo estudos fenológicos de Kostytchev e Berg, a fotossíntese diminui em geral nos dias quentes, sendo que nas plantas do litoral, por eles estudadas, verificaram que em plantas à sombra, era muitas vezes mais enérgica do que ao sol (vide resumo bibl. em Bol. Soc. Bot. da França 7-8, 1931, p. 593)
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Com esta noção preliminar dos campos no Brasil e sua intercorrência quase por toda parte, teremos a estudar