Cheio de minúcias preciosas, logicamente encadeadas, expostas à luz de um espírito crítico que nos dá a impressão de ter procurado um plano elevado de serena imparcialidade, é livro para eruditos e também para os que se iniciam no trato de tantas matérias.
Quando considero o espírito humano voltado para o estudo da Natureza, encontro um fato muito interessante e, até certo ponto, paradoxal: a grande curiosidade e o carinho pelas plantas e pelos animais não se acham igualmente desenvolvidos em todos os estados de evolução da Humanidade. São caraterísticos dos extremos; só se manifestam com vigor nos silvícolas mais atrasados e nas populações mais cultas da Terra. Para os outros — os que estão vivendo na "Idade Média" da cultura — passam quase despercebidos, à flor das imposições da existência utilitária e pragmática.
Barbosa Rodrigues, no Brasil, e Bertoni, no Paraguai, indicaram luminosamente como foram felizes os ameríndios na sua botânica primeva.
Mello Leilão aponta com segurança todas as dificuldades que a ciência veio encontrando para conseguir ambiente neste país; mas também deixa bem marcado o admirável surto que ela conseguiu nos últimos cinquenta anos.