A biologia no Brasil

Nascido em 1517, em Mans, e educado em Paris à custa do bispo de sua diocese, levou Pierre Belon vida errante até os 30 anos, percorrendo a Alemanha, a Grécia, a Turquia, a Síria e o Egito, colecionando material e tomando notas, não só de assuntos de história natural, mas também arqueológicas e etnográficas. Em 1553 publicou seu volume em oitavo, de 418 páginas — De aquatilibus, onde descreve 110 espécies de peixes do Mediterrâneo. Mas entre os peixes considera não só as baleias e focas, crustáceos, moluscos e actínias, mas ainda o hipopótamo, o castor, a lontra e dois lagartos do deserto (o camaleão e o uromastix). Aí se encontra um louvável ensaio de classificação dos peixes em ósseos e cartilaginosos, ovíparos e vivíparos.

Mas a obra principal de Belon é sua Histoire des oiseaux, na qual descreve e figura todas as aves que conhece, separadas em grupos, de acordo com seus costumes e estrutura: aves de rapina, palmípedes, aves ribeirinhas, terrícolas, arborícolas, omnívoras e passarinhos, divididos em insetívoros e granívoros. Estuda aí cuidadosamente o bico e as patas, em suas diferentes formas. Comparando no texto e em figura o esqueleto humano e o de uma ave, desenhado este em posição correspondente àquele, mostra-se Belon, apesar dos erros de apreciação, o precursor de Cuvier, o pioneiro da Anatomia Comparada.

É também o século XVI que vê surgir os primeiros botânicos: Brunfels, Fuchs, Cesalpino, Bauhin. Oto Brunfels, a quem Linneu chamou o pai da botânica, nasceu no sul da Alemanha nos fins do século XV (1488?), tendo descrito na obra otimamente ilustrada — Herbarum vivae eicones — todas as plantas que conhecia. Para

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