A seu respeito escreve com justiça Nordenskiold: "Contribuiu ele com seu quinhão para o progresso da biologia e conquanto não mereça o lisonjeiro elogio que um artista contemporâneo escreveu sob o seu retrato — que, embora não na aparência, mas, no gênio, se assemelha a Aristóteles — exerceu, contudo, sua obra poderosa influência, só sendo excedida no século XVIII pela grande obra zoológica de Buffon."

Nasceu Guilherme Rondelet em 1507, em Montpellier, morrendo, como Gesner, aos 49 anos. Vem sua fama do livro De piscibus marinis, escrita a princípio em latim e depois traduzida para o francês, onde, como ele diz, "on pourra trouver plusieurs bones choses et digne de louange ou proufit est contentement des homes studieux".

Aí descreve e ilustra os animais marinhos de seu conhecimento, estudando entre os peixes focas e baleias e toda casta de invertebrados marinhos. Estende-se especialmente sobre as baleias, peixes e cefalópodes, tendo dissecado grande número destes animais. Expurgando seu trabalho de uma série de minúcias fantasistas encontradas em seus antecessores, dá, porém, ilustrações de monstros marinhos "en habit de Moina" segundo o desenho recebido da ilustre senhora Margarida de Valois, rainha de Navarra, e "en habit d'evêque", aparecido na Polônia, e cujo retrato vira em Roma.

Ippolito Salviani, médico romano, publica em 1551 sua Aquatilium animalium historia, com boas figuras da maioria dos peixes do Mediterrâneo e informações gerais sobre o valor e hábito dos animais marinhos.