A biologia no Brasil

e ouvia, encontrou na fauna sul-americana o despertar dessa ideia que se corporificaria no livro de 20 anos depois. Era o mistério da existência de muitas espécies com pequena área de distribuição, de formas intimamente aliadas e no entretanto diversas, e que se substituíam em localidades diferentes, segundo as condições climáticas, nunca coexistindo num mesmo ponto, eram o curioso arquipélago das Galápagos com espécies endêmicos para cada ilha e quase todas de gêneros do continente, eram todos esses problemas que exigiam uma explicação.

Foi essa explicação que, publicada em momento propício, seduziu um grande número, admirando-se os críticos modernos de como a hipótese de Darwin, baseada em alicerces tão fracos, tivesse conquistado tão rapidamente a opinião científica contemporânea.

Os exageros do absurdo monismo de Haeckel contribuíram mais para o fracasso do darwinismo que todas as críticas de seus opositores, e das mil e uma hipóteses que se sucederam para explicar a origem das espécies, se muitas se podem enfeixar sob a designação geral de neodarwinismo, já não se encontra quem pretenda galvanizar o monismo, a não ser algum dos bem-aventurados do Evangelho, que pretende ainda ver no professor de fena a primeira mentalidade da filosofia hodierna.

A substância da teoria de Darwin é magnificamente resumida por Berg (adepto e modificador das ideias de de Vries) nos seguintes seis itens:

(I) Todos os organismos tendem a aumentar de número tão rapidamente, que toda a superfície

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