A biologia no Brasil

nunca encontrei o menor vestígio da existência humana".

Seis anos mais tadre, porém, anunciava o encontro dos primeiros restos humanos, "em uma caverna onde havia, de mistura com eles, ossos de vários animais de espécies indubitavelmente extintas, circunstância digna de chamar a atenção para relíquias tão interessantes".

E confessava, com certo desalento: "Infelizmente não podemos tirar nenhuma conclusão definitiva desse achado, por isso que a caverna, onde foram encontrados, está situada na margem de uma lagoa, inundada anualmente no tempo das grandes chuvas, águas que poderiam ter trazido nossos restos de animais, misturando-os com os já depositados".

A paleontologia oficial dá como extintos no Terciário quase todos os mamíferos gigantescos, e a coexistência de tais fósseis com ossos humanos fossilizados viria aumentar extraordinariamente a antiguidade do homem. Pondere-se, ao demais, que o homem fóssil brasileiro, esse homem de Lagoa Santa, é, como já vemos, indiscutivelmente uma raça de Homo sapiens (ou mesmo uma sub-raça). De modo que os termos do problema se invertem: em vez de çonsiderar-se a presença do homem nos últimos andares do Terciário (inadmissível, pelo menos, para a raça de Lagoa Santa) há que discutir a persistência desses mamíferos até o Quaternário.

As condições especiais da América do Sul não se opõem a admitir-se uma sobrevivência maior, em nossas regiões, de grupos que se extinguiram alhures no Plioceno.

A biologia no Brasil - Página 315 - Thumb Visualização
Formato
Texto