e de engenhos centrais, de saneamento, de melhoramentos de portos; centenas de concessões de burgos agrícolas e de terras devolutas, com o que os compromissos do Tesouro subiram a centenas de milhares de contos de réis pagáveis em épocas fixadas nos respectivos contratos, e muitos outros de igual jaez e quilate. Fez ele ainda presentes de largas ajudas de custo e autorizou pagamentos indevidos de milhares de contos de réis.

O orçamento das despesas públicas que era de trezentos mil contos, segundo cálculos cuidadosamente feitos por competentes na matéria, subiu de cerca de cento e noventa e quatro mil contos, para fazer face a todas essas liberalidades que, para vergonha nossa, ficaram registradas na história desses desgraçados tempos.

"A nefasta política, — disse então um notável escritor, — inaugurada a 15 de novembro de 1889, com a transformação das instituições por que passou o país, atirou-o muito perto do abismo da bancarrota, do descrédito e da ignomínia, para que ele possa tão cedo ressurgir, como a fênix de suas próprias cinzas. Horrível foi o cataclisma, em que submergiram as consciências pervertidas, levando consigo a fortuna pública e particular inclusive as economias do mísero proletário, acumuladas, dia a dia, durante longos anos, à custa dos maiores sacrifícios e privações."

Estes conceitos, ainda que com algum exagero, sintetizam as consequências desastrosas das liberalidades do governo Provisório e os maléficos resultados do — jogo da bolsa, — o qual, entretanto, não levamos à conta de quem quer que seja, pois era ele inevitável com o progresso material que o regímen bancário instituído promovia. Condenamos seus excessos e os torpes e criminosos manejos empregados em ilaquear a boa-fé dos incautos; não só a concessão dos favores, na ocasião como medida de alcance político, a que veio associar-se o mesmo jogo bolsa, mas