"Aos eminentes cidadãos Ruy Barbosa, M. Ferraz de Campos Salles, Francisco Glicério, Eduardo Wandenkolk, Q. Bocayuva, José Cesário de Faria Alvim."
"M. Deodoro da Fonseca"
Demitido o ministério, foi efetivamente chamado o Barão de Lucena que, por delegação do Presidente da República, escolheu para seus companheiros, homens sem importância alguma política, sem nomeada que os recomendasse à confiança pública.
Difícil era a situação do país quando assumiu o poder este Ministério.
A política da dissipação e do favoritismo, diametralmente oposta à política da economia, da moralidade administrativa, da justiça e da completa observância das leis, com a qual em seu manifesto iludiu à nação o Governo Provisório quando a ela se apresentou; a miséria que começava a invadir, aterradora com todo seu cortejo de desgraças, as classes menos favorecidas da fortuna, pelo desmoronamento dos edifícios sem base, construídos sob aparências enganadoras, e que os sagazes, para enganar a credulidade pública, imaginaram nas sedutoras promessas daquele manifesto político; e, por fim, o esgotamento do Tesouro Nacional em outras prodigalidades sem limites, alarmaram o espírito do povo, que, indignado e de ânimo prevenido recebeu o Ministério acabado de organizar-se.
O Barão de Lucena, homem inteligente, traquejado na administração dos negócios públicos, mas de ideias atrasadas, orgulhoso e de gênio atrabiliário e irascível ao ponto de sacrificar sua reputação a esse seu amor próprio desmedido, não era, certamente, o estadista mais azado para essa situação, e, muito menos, para aconselhar o Presidente da República, que, por seu estado de superexcitação nervosa, mais precisava junto a si de um médico prudente, do que de um estadista com o temperamento e as qualidades políticas de seu primeiro-ministro.