O governo provisório e a revolução de 1893 - 1º v.

de energia, de independência, ao iniciar sua administração, revelador de todo seu prestígio, de toda sua força. E esse, seria a concessão do porto das Torres, em torno ao qual se havia levantado tão grande celeuma.

Era ainda uma das consequências dos hábitos inveterados de seu espírito autoritário, prepotente e intolerante.

Este ato inesperado e violento, este ataque afrontoso e direto à opinião pública escandalizada, verdadeiro cartel de desafio lançado aos brios da nação, não deixou mais dúvida sobre a política que o novo ministério inaugurava.

Rompeu então a imprensa, virulenta em seus ataques ao governo que tão mal compreendia os deveres patrióticos de seu mandato político, e no Congresso, a oposição iniciada por nós, pelos Drs. Anfilófio de Carvalho, Santos Pereira e Almino Affonso e que ao ser apresentada a moção — Ubaldino — já contava com crescido número de congressistas respeitáveis pela ilustração, competência e moralidade.

Resolveu depois o Ministério Lucena proteger e auxiliar a empresa denominada — Companhia Geral das Estradas de Ferro —. O Ministro da Fazenda em 21 de novembro fez baixar um aviso, mandando recolher as sobras do Tesouro ao Banco de Crédito Universal, do qual era presidente o Dr. Mello Barreto, por sua vez também presidente daquela companhia. Deste aviso só teve conhecimento o público quando já se havia mudado a situação, e quando, apresentando-se no Tesouro o Dr. Mello Barreto, a fim de realizar o respectivo recebimento, lhe fora embargado o golpe pelo então Ministro da Fazenda interino, Dr. Antão de Faria, com haver em 26 daquele mesmo mês baixado um outro aviso revogando aquele.

No fito de que o público recebesse favoravelmente a ideia de auxílio à Companhia Geral de Estradas de Ferro, — auxílio que, aliás, pelo primeiro aviso citado já estava, se bem que ocultamente, resolvido, — a imprensa que apoiava o governo e seus amigos, em entrelinhados, começava a advogar essa má causa,