CAPÍTULO I
CHEGADA AO RIO DE JANEIRO. - VIAGEM A UBÁ.
Partida de Brest com o Sr. Duque de Luxemburgo, embaixador de França no Brasil. - Chegada ao Rio de Janeiro. - Partida para Ubá. - Vista d'olhos geral sobre a baía do Rio de Janeiro. - Conchas amontoadas para o fabrico da cal. - Rio de Miriti; suas margens pantanosas. - Paróquia de Aguassú [Iguaçu]. - Hospedaria de Bemfica. - Ideia geral da Cordilheira paralela ao Oceano. - Descrição das matas virgens. - Vegetação das margens do rio de Itú. - Taquarassú, espécie de bambu. - Vale das Pedras. - Serra da Viúva. - Fetos em árvores. - Rãs. - Cuscuta. - Engenho de açúcar de Pau Grande. - Concordância da distribuição interna das casas com os costumes dos moradores. - Defeitos na fabricação do açúcar.
Desde a mais tenra infância tive uma queda irresistível para a história natural; várias circunstâncias contrariaram-na durante muito tempo; não triunfaram, porém, e, logo que me foi possível dispôr da minha pessoa, entreguei-me de corpo e alma ao estudo das plantas.
O gosto pela história natural faz nascer o de viajar. Após ter estudado os objetos que o rodeiam, o observador sente a necessidade de examinar outros, e daí esse desejo insopitável, que experimentaram quase todos os naturalistas, de visitar regiões longínquas.
Quando o rei D. João VI mudou para o Rio de Janeiro a sede do seu império, o Brasil abriu-se, finalmente, para os estrangeiros. Essa terra, nova ainda, prometia aos naturalistas as mais ricas messes; foi ela que eu me dispus a percorrer.