Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais t. 1

das quais bastante afastadas umas das outras e várias delas construídas em volta de uma grande praça coberta de belíssima relva. Essas habitações, que não constam de mais que o rés do chão, são ocupadas por botequineiros, por negociantes de lojas bem sortidas, e que vendem ao mesmo tempo gêneros alimentícios e tecidos, e por ferradores, enfim, cujo ofício é aí mais necessário que qualquer outro, por causa da passagem contínua dos tropeiros de Minas Gearis que descem a serra. É em Aguassú [Iguaçu] que começa a ser navegável o pequeno rio ao qual o lugar deve sua origem e nome. O rio de Aguassú [Iguaçu] nasce a pequena distância da grande Cordilheira, e, lançando-se como o de Miriti na baía do Rio de Janeiro, fornece aos cultivadores da vizinhança um meio cômodo de transporte de seus produtos para a cidade.

Deixando Aguassú[Iguaçu], entramos nessa estrada que chamam o caminho de terra. Dá-se-lhe este nome porque, seguindo-o, chega-se ao Rio de Janeiro sem necessidade de atravessar a baía, enquanto que a grande estrada de Vila Rica (6) Nota do Autor, não vai além da vila de Porto da Estrela, que está situada ao fundo da baía, e onde se é obrigado a recorrer a embarcações para chegar à capital. Aqueles dentre os mineiros que temem o mar, e não são poucos, desviam-se da estrada principal para o lado do rio Paraíba, e cabem no caminho de terra; as caravanas que vem das partes ocidentais da província de Minas Gerais chegam também ao caminho de terra por outras estradas de que falarei alhures.

Deixando Aguassú [Iguaçu] não se tem que andar mais de meia légua para chegar ao sopé da serra. O terreno continua

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